Quando falamos em logística, principalmente no contexto de empresas que lidam com transporte de mercadorias entre fornecedores, distribuidores e clientes, uma dúvida sempre aparece: quem paga pelo frete e quem arca com os riscos da entrega?
Essa pergunta, que parece simples, na verdade é uma das mais estratégicas do comércio. E a resposta está em duas siglas fundamentais: FOB (Free on Board) e CIF (Cost, Insurance and Freight).
Neste artigo, você vai entender o que realmente significam essas siglas, como elas funcionam na prática e, o mais importante: qual é a melhor escolha para o seu negócio.
Vamos lá?
FOB e CIF
Antes de qualquer coisa, é importante deixar claro: FOB e CIF não são apenas termos técnicos de contratos ou notas fiscais.
Eles definem quem é o responsável por cada etapa do transporte de uma mercadoria, e isso tem impacto direto nos custos, na segurança, na gestão de riscos e até na relação entre as empresas envolvidas.
Neste artigo, você vai descobrir:
- O que é exatamente o frete FOB;
- Como o frete CIF se diferencia e em que contextos ele faz mais sentido;
- As vantagens e desvantagens de cada um para compradores e vendedores;
- Dicas para escolher a modalidade ideal dependendo do seu perfil de operação;
- Erros comuns que podem custar caro e como evitá-los.
Então, se você está envolvido em qualquer etapa da cadeia de suprimentos, seja como empresário, gestor logístico, profissional de compras ou apenas alguém que quer entender melhor como funciona o transporte de mercadorias, este conteúdo é pra você.
O que é frete FOB? Entenda com clareza!
Vamos começar pelo FOB, sigla para Free on Board, ou em tradução livre: “livre a bordo”. Mas o que isso significa na prática?

Basicamente, o frete FOB é um acordo no qual o comprador assume toda a responsabilidade e os custos a partir do momento em que a mercadoria é embarcada.
Isso inclui o transporte, seguros, riscos de extravio, atrasos e qualquer outro contratempo que possa ocorrer a partir daquele ponto.
Exemplo prático: imagine que uma fábrica de eletrodomésticos em São Paulo vende um lote de micro-ondas para uma rede varejista no interior de Minas Gerais.
Se a negociação foi feita em FOB, a responsabilidade da fábrica termina no momento em que os micro-ondas são colocados no caminhão contratado pelo comprador. Se esse caminhão quebrar na estrada ou a carga for extraviada, o prejuízo é do comprador.
Por que empresas escolhem o frete FOB?
Na nossa experiência aqui na Notazz lidando com diversos perfis de negócios, percebemos que o frete FOB é amplamente adotado em relações B2B, principalmente quando o comprador possui sua própria estrutura logística ou tem acordos vantajosos com transportadoras.
Um erro comum que vemos em pequenas empresas é assumir o frete FOB sem ter estrutura para gerenciar os riscos.
Isso pode parecer uma economia no início, já que o fornecedor cobra um valor menor (por não incluir transporte e seguro), mas acaba se tornando um pesadelo se houver qualquer incidente no caminho.
Na prática, percebemos que negócios com boa gestão de logística interna conseguem extrair mais valor do modelo FOB, pois podem negociar fretes melhores, controlar prazos com mais autonomia e, em alguns casos, oferecer entregas mais rápidas para seus próprios clientes.
Além disso, o modelo FOB é interessante do ponto de vista fiscal.
Em alguns estados, ele permite que o comprador aproveite créditos de ICMS sobre o frete com mais facilidade — claro, isso depende da legislação local e precisa ser analisado caso a caso com o contador da empresa.
Mas, como quase tudo no mundo dos negócios, nem tudo são flores.
E o frete CIF? Como ele funciona e quando escolher essa modalidade?
Agora que já entendemos o que é o frete FOB, vamos ao seu “irmão” de função oposta: o frete CIF, sigla de Cost, Insurance and Freight — ou seja, Custo, Seguro e Frete.
Nessa modalidade, o vendedor é quem arca com todos os custos e riscos da mercadoria até o momento da entrega no destino final do comprador.
Isso inclui o transporte, o seguro da carga e, muitas vezes, até mesmo o rastreamento da entrega. O comprador só precisa esperar o produto chegar.
Imagine o seguinte: uma empresa de cosméticos em Curitiba vende um lote de cremes hidratantes para um e-commerce em Salvador.
Se o frete for CIF, é a empresa de Curitiba que assume a responsabilidade total pela carga até que ela chegue aos armazéns do comprador em Salvador.
Caso ocorra um roubo, um acidente ou qualquer outro problema, a vendedora se responsabiliza por acionar o seguro e resolver o transtorno.
Quando o CIF é a melhor escolha?
Na prática, o frete CIF é muito mais comum em transações B2C, onde o consumidor final não tem qualquer estrutura logística e deseja conveniência total.
Mas isso também vale para pequenas e médias empresas que ainda não têm setor de transporte bem estruturado e preferem deixar tudo nas mãos do fornecedor.
Com base na nossa experiência, percebemos que o frete CIF costuma ser adotado por empresas que:
- Não têm transportadora parceira de confiança;
- Valorizam segurança e previsibilidade na entrega;
- Preferem pagar um pouco mais pelo produto, mas ter menos dor de cabeça.
Além disso, o CIF costuma incluir seguro obrigatório da carga, o que dá mais tranquilidade ao comprador.
Porém, atenção: embora o seguro esteja incluído, muitas vezes o fornecedor repassa esse custo ao cliente dentro do preço final do produto.
Um erro que muitas empresas cometem é assumir que o CIF “não tem custo de frete”. Isso é falso.
O frete existe, só está “embutido” no preço — e essa falta de transparência pode dificultar negociações e análises financeiras mais precisas, principalmente quando o comprador quer saber exatamente o quanto pagou pelo transporte.
FOB ou CIF: qual é melhor para o seu negócio?
Essa é uma das perguntas mais importantes — e também uma das mais mal respondidas.
Muitos gestores escolhem a modalidade de frete com base no preço final do produto, sem considerar fatores como risco, estrutura logística, tempo de entrega e impactos fiscais.
Na prática, não existe uma resposta única.
O melhor tipo de frete vai depender do contexto específico do seu negócio, do seu nível de maturidade logística, da relação com o fornecedor e até mesmo do tipo de produto transportado.
Vamos a algumas reflexões importantes para ajudar na decisão:
Quando preferir o frete FOB:
- Você tem uma transportadora de confiança ou frota própria;
- Sua empresa já possui uma área de logística estruturada;
- Quer ter maior controle sobre prazos e rotas;
- Deseja separar claramente o custo do frete do custo do produto;
- Está disposto a assumir riscos (ou tem seguro próprio da carga).
Quando optar pelo frete CIF:
- Você quer praticidade e menos preocupação;
- Prefere deixar o risco com o fornecedor;
- Precisa de previsibilidade e suporte caso ocorra algum problema com a entrega;
- Ainda não tem estrutura de transporte própria;
- Trabalha com produtos frágeis ou de alto valor agregado.
Como escolher entre FOB e CIF: 5 dicas práticas
Para além das definições técnicas, a escolha entre frete FOB e CIF precisa levar em conta a realidade da sua operação.
Por isso, listamos aqui cinco dicas que podem ajudar sua empresa a tomar a decisão certa.
1 – Avalie sua estrutura logística
Antes de tudo, faça uma análise honesta da sua capacidade de gerenciar entregas.
- Você tem transportadora de confiança?
- Possui equipe preparada para lidar com imprevistos no caminho?
- Sabe calcular rotas, prazos e custos com eficiência?
Se a resposta for “ainda não”, o CIF pode ser a opção mais segura — pelo menos até que você fortaleça essa estrutura.
Normalmente, empresas em fase inicial se beneficiam do CIF pela conveniência e tranquilidade. Já as empresas mais maduras, com processos e equipe de logística bem definidos, conseguem negociar e operar melhor com FOB.
2 – Entenda o impacto fiscal
Dependendo do estado onde sua empresa atua, o ICMS incidente sobre o frete pode mudar de acordo com a modalidade escolhida.
Por exemplo, em alguns estados, é possível tomar crédito de ICMS sobre o frete apenas quando ele é destacado na nota, o que geralmente ocorre no modelo FOB — quando a transportadora é contratada diretamente pelo comprador.
Converse com seu contador para entender qual modelo pode ser mais vantajoso nesse sentido.
3 – Cuidado com a falsa impressão de economia
É muito comum ver compradores optando por CIF porque “o frete está incluído no preço do produto”.
Isso, por si só, não significa economia real. Pode, inclusive, ser o contrário.
Um fornecedor que oferece CIF pode repassar o valor do transporte e do seguro com uma margem extra, tornando o produto aparentemente mais barato, mas, no fim das contas, mais caro.
A dica é: sempre solicite a separação dos custos na proposta, mesmo que o frete esteja embutido. Isso te dá mais poder de comparação.
4 – Considere o tipo de mercadoria
Produtos frágeis, de alto valor ou que requerem cuidados especiais durante o transporte pedem mais atenção.
Nesses casos, o CIF pode ser mais vantajoso, já que o vendedor geralmente contrata seguros mais robustos e tem mais experiência com o tipo de carga.
No entanto, se você possui expertise e seguro próprio, o FOB pode sair mais barato.
5 – Formalize o acordo com clareza
Independentemente da escolha, certifique-se de que a modalidade está claramente descrita nos documentos da transação (pedido, contrato, nota fiscal, etc.).
Um erro frequente é assumir verbalmente uma condição e depois se deparar com cláusulas contratuais que apontam o contrário. Em casos de litígio, o que vale é o que está documentado.
Considerações finais
Entender as diferenças entre frete FOB e CIF não é apenas uma obrigação técnica. É uma decisão estratégica que influencia diretamente a margem de lucro, a segurança da sua operação e a satisfação do cliente.
Com base em tudo que vimos aqui — e também na experiência acumulada da equipe da Notazz com clientes de diversos setores — fica claro que não existe resposta única.
O melhor modelo depende da maturidade da sua operação, do perfil da sua carga e da qualidade dos seus parceiros logísticos.
Na prática, percebemos que as empresas mais bem-sucedidas não escolhem entre FOB ou CIF apenas pelo preço. Elas escolhem pela inteligência por trás da operação.
E onde entra o Notazz nisso tudo?
Seja qual for o modelo de frete escolhido, uma coisa é certa: você precisa de controle e rastreabilidade fiscal de ponta a ponta.
O Notazz é uma plataforma que automatiza a emissão de notas fiscais, otimiza a gestão logística e facilita toda a rotina fiscal de empresas — tudo para que você foque no que realmente importa: a estratégia do seu negócio.
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