Manter uma empresa em pleno funcionamento e gerando lucros é um grande desafio. Nesse sentido, o Planejamento Estratégico Situacional (PES) pode ser um grande aliado do empreendedor.
Mas em que consiste esse tipo de planejamento?
O PES é uma ferramenta de gestão extremamente interessante que pode ajudar a empresa a alcançar melhores resultados.
Então, se você deseja conhecer uma metodologia inovadora com potencial para otimizar o processo de gestão do seu negócio, continue a leitura com bastante atenção!
Entenda o que é o Planejamento Estratégico Situacional (PES)
O Planejamento Estratégico Situacional é uma metodologia criada nos primeiros anos da década de 1970.
Em termos simples, o PES consiste em um plano de atividades flexível que leva em consideração as mudanças inevitáveis do contexto organizacional, ao mesmo tempo em que considera a situação atual em que a empresa se encontra.
Essa metodologia disruptiva foi desenvolvida por um economista chileno chamado Carlus Matus.
E um fato interessante sobre o PES é que ele foi inicialmente pensado para lidar com os desafios enfrentados pela administração pública.
Quando criou o PES, Matus trabalhava como ministro do governo de Salvador Allende.
Percebendo a complexidade dos desafios com que a administração pública precisava lidar, e vendo o fracasso do planejamento tradicional para resolver esses desafios, ele pensou em uma solução diferente que realmente fosse efetiva para resolver os principais problemas enfrentados pelos gestores públicos.
O resultado dessa reflexão foi o PES, uma metodologia de gestão que bateu de frente com o planejamento tradicional, gerando um grande impacto na maneira como se pensava a resolução dos problemas enfrentados pela administração pública.
O Impacto do Planejamento Estratégico Situacional foi tão grande que, paulatinamente, ele começou a ser adotado por empresas como alternativa ao planejamento estratégico tradicional.
Quais as diferenças entre o PES e o planejamento estratégico tradicional?
Ao contrário do planejamento estratégico tradicional, o PES propõe a solução dos problemas enfrentados pelas organizações por meio de uma estratégia semi-controlada.
No caso do planejamento estratégico tradicional, existe pouco ou nenhum espaço para a improvisação; enquanto que no PES, os planos elaborados anteriormente podem ser adaptados ou reformulados com bastante facilidade de acordo com o comportamento das diversas variáveis situacionais.
Inclusive, no Planejamento Estratégico Situacional a flexibilização daquilo que foi previamente planejado é bastante valorizada, já que isso otimiza o processo de enfrentamento dos desafios organizacionais.
Diferentemente do planejamento tradicional, o PES não faz projeções do futuro com base em diagnósticos do passado, mas procura explicar a realidade organizacional por meio de uma apreciação inteiramente situacional.
Dessa forma, as análises e planejamentos são mais realistas e assertivos, o que reduz as chances de grandes erros.
Além disso, no PES a análise situacional acontece ao longo de toda a aplicação do plano, sem jamais deixar de considerar as variáveis e as reações externas.
Entendendo as variáveis do Planejamento Estratégico Situacional
Sempre que se fala em Planejamento Estratégico Situacional, é preciso ter em mente dois tipos básicos de variáveis: as controláveis e as não controláveis.
Para que você entenda perfeitamente cada um desses tipos de variáveis, vamos descrevê-los logo abaixo!
1 – Variáveis controláveis
De forma simplista, as variáveis controláveis, como o próprio nome sugere, são aquelas que a organização consegue controlar diretamente. Podemos citar como exemplos produtos, preços, marketing, distribuição, dentre outras.
2 – Variáveis não controláveis
As variáveis não controláveis são aquelas sobre as quais a organização não consegue exercer nenhum controle.
Essas variáveis podem ser divididas em três modelos distintos:
- Invariantes: diz respeito àquelas variáveis que não podem ser controladas pela organização; no entanto, é possível prever seus comportamentos. Exemplos desse modelo de variável incluem o mercado financeiro, câmbio, etc.
- Variantes: diz respeito às variáveis sobre as quais não se pode controlar e nem prever seus comportamentos. A concorrência é um exemplo interessante desse modelo de variável.
- Surpresas: essas variáveis são aquelas que raramente ocorrem, porém, quando ocorrem, seu impacto nos objetivos do planejamento é bastante significativo. Um bom exemplo desse modelo de variável são os desastres naturais e os acidentes.
Agora que você já sabe o que é o Planejamento Estratégico Situacional e entendeu as diferenças entre ele e o planejamento estratégico tradicional, bem como os tipos de variáveis desse modelo de gestão, chegou o momento de descobrir como funciona o PES na prática!
A aplicação do PES na prática
Para que você consiga aplicar a metodologia do PES na sua organização, é essencial compreender como ele funciona na prática.
Algo interessante que deve ser frisado, é que, diferente do que acontece no planejamento estratégico tradicional, Matus segmentou o PES em momentos, e não em etapas.
Vamos conferir cada um deles:
1 – Momento Explicativo
A aplicação da metodologia na prática começa com o momento explicativo.
Nesse primeiro momento o foco é a identificação e descrição dos problemas que serão solucionados com o PES.
Para que a metodologia funcione, você, como gestor, precisa categorizar cada problema de acordo com o grau de prioridade e do impacto que cada um provoca na sua organização.
E para realizar essa categorização, você não deve observar simplesmente os indicadores, pesquisas e avaliações.
É preciso realizar um diagnóstico bem mais abrangente, levando em conta também as circunstâncias reais de cada problema, já considerando possíveis soluções.
2 – Momento Normativo
Depois de identificar e descrever os problemas que deverão ser solucionados com o PES, inicia-se o momento normativo, que nada mais é do que a definição de uma situação ideal.
No momento normativo, é preciso fazer uma descrição explanando sobre o que aconteceria com o plano de ação caso as condições de aplicação fossem ideais.
Para que você entenda melhor, a descrição deve ser no sentido de responder à seguinte pergunta:
Em um mundo ideal, onde tudo acontece exatamente como planejado, onde não existem desvios e surpresas, quais resultados seriam observados com a aplicação do plano?
3 – Momento Estratégico
No momento estratégico, ao contrário do momento normativo, é necessário descrever as possíveis adversidades que você encontrará ao aplicar o planejamento.
Para que você consiga fazer isso, é indispensável que identifique as possíveis contradições entre os objetivos estabelecidos. Além disso, é preciso verificar se existem recursos disponíveis para viabilizar o projeto.
Para facilitar a identificação e descrição das adversidades, considere as seguintes perguntas:
- Existe algum tipo de contradição entre os objetivos estabelecidos no planejamento?
- A empresa possui todos os recursos necessários para implementar o planejamento?
- O planejamento é realmente viável?
- Qual a probabilidade de dar tudo errado? Quais fatores poderiam contribuir para isso?
4 – Momento Tático-Operacional
O quarto e último momento do PES, o tático-operacional, diz respeito à implementação e ao monitoramento das ações que você deseja implementar na organização.
Nesse momento, você precisará delegar atividades, estabelecer prazos para a realização de atividades, definir orçamentos, definir como tudo será realizado, supervisionar a ação de cada agente envolvido no processo, fazer prestações de contas, além de fazer a avaliação e promover a melhoria contínua.
No momento tático-operacional é essencial acompanhar o efeito de cada uma das ações previstas no planejamento, e caso seja necessário, você precisará ajustar o percurso.
E então, o que você achou da metodologia do PES?
O PES, apesar de ter sido criado com foco na administração pública, é uma metodologia muito útil que pode ser aplicada em organizações que atuam em diferentes nichos de mercado.
Aplicar essa metodologia não é uma tarefa fácil, porém, os resultados podem ser extremamente satisfatórios.
E então, você gostou deste conteúdo sobre o PES?
Que tal compartilhar este artigo com outros profissionais, para que eles também tenham a oportunidade de conhecer a metodologia?
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